terça-feira, 5 de junho de 2012

Sala de visitas de Penafiel


 A Confraria de Nossa Senhora da Piedade e Santos Passos esta a proceder, empenhada e devotamente, à obra de beneficiação e restauro da Igreja do Sameiro.
Foi no longínquo ano de 1889 que se procedeu á adjudicação das obras de predraria do Santuário, em obediência á planta oferecida, em 1885, pelo benemérito Manuel Pedro Guedes. O financiamento para tal empreendimento foi um obstáculo difícil de superar, acarretando a natural morosidade. Em 1895, iniciou-se a torre e inaugurou-se a capela- mor,  colocando-se na altura, a imagem da Senhora da Piedade.
Em 1897, ocorreu o fecho do arco da porta, fazendo-se incidir um esforço enorme na zona envolvente do Santuário.
Em 1899, verificou-se a conclusão da cúpula da torre sineira.
Providencialmente, aparece o benemérito Rodrigo da Costa Babo, que assume a grandiosa tarefa de dotar o Santuário com um carrilhão de sinos, com o peso total de 1.753 kg, assim distribuído: tom de sol – 490 kg; tom de lá – 360 kg; tom de si – 240kg; tom de dó – 208 kg; tom de ré – 150kg; tom de mi -  108 Kg; tom de fá-84Kg; tom de sol agudo – 65Kg; tom de lá agudo – 48Kg . É indubitavelmente o maior carrilhão das terras penafidelenses, tendo ocorrido a sua inauguração em 1909.
A inexorável marcha do tempo foi prosseguindo, ate que, nos dias de hoje, se faz sentir a necessidade de reabilitar o precioso património do Santuário do Sameiro.
Inserida na vasta empreitada do restauro da Igreja, a Confraria decidiu empreender a instalação de um relógio de torre computorizado, com sistema automático de programação de toques e com mudança automática da hora, em sintonia com o relógio automático de Frankfurt (Alemanha).
É, pois, neste contexto que a Confraria da Senhora da Piedade e Santos Passos faz um duplo apelo: em primeiro lugar, à generosidade dos penafidelenses, em particular, e de todos os que nos visitam, em geral, de modo a que se consiga levar por diante esta audaciosa obra de beneficiação e agradecimento do rico património da nossa Igreja do Sameiro; em segundo lugar, para que adiram à inauguração do mecanismo electrónico do carrilhão e do relógio atómico, no próximo dia 23 de Agosto, pelas 21h30m.
Demonstraremos uma vez mais que Penafiel tem fortes razões para continuar a orgulhar-se da sua autêntica jóia arquitectónica que é a Igreja do Sameiro!

Penafiel,
O Juiz da Confraria

segunda-feira, 4 de junho de 2012

Benfeitores do Santuário de Penafiel


D. Joaquina Correia Mirapulheta de Castro esposa do benfeitor Ex.º Sr. António Pereira de Castro

A benfeitora Exª Srª Dª Maria de Menezes Guimarães

O benfeitor Rodrigo da Costa Babo

D. Margarida Almeira Leal da Costa esposa do benfeitor Rodrigo da Costa Babo


O benfeitor Ex.º Sr.º José Maria Pinto Monteiro
O protector Conselho António Ferreira de Araújo e Silva
Justino Ribeiro de Carvalho
O benfeitor Barão de Calvario
O benfeitor Commendador Rodrigo José de Mello e Souza
O Protector Simão Julio de Almeida Motta Barbosa
O benfeitor Manoel Pedro Guedes
O benfeitor Ex.º Sr. António Fortunado da Silva
O benfeitor E.º Sr. José Maria Pinto
O benfeitor Justino Pinto de Magalhães
A benfeitora Dª Emilia Rosa de Magalhães
Dª Antónia Maria da Rocha esposa de benfeitor Zeferino José da Rocha
O benfeitor Gaspar Ferreira Baltar
O benfeitor Ex.º Sr. Miguel Gomes Teixeira
O benfeitor Ex.º Sr. António Pereira de Castro

Confraria da Nossa Sr.ª da Piedade e Santos Passos

No longínquo ano de 1885, as Confrarias de Nossa Senhora da Piedade e dos Santos Passos foram legalmente anexadas e incorporadas assumindo a designação, que perdura até aos nossos dias de CONFRARIA DE NOSSA SENHORA DA PIEDADE E SANTOS PASSOS.
            O artigo 4.º do Título 1.º dos Estatutos aprovados no ano de 1886 preconizava explicitamente a edificação de um templo no monte de S. Bartolomeu, o qual teria, pelo menos, dois altares, sendo um dedicado à Senhora da Piedade e o outro aos Santos Passos.
            Nesse ano de 1886 dá-se, pois, início à construção do Santuário empreendimento que vai prolongar-se por várias décadas, concretamente até meados do século passado. De permeio, as vicissitudes inerentes à transição da Monarquia – de lembrar, a propósito que o Rei D. Carlos foi nomeado Juiz Honorário da compraria – para regime republicano, que provocaram profundas transformações de índole social com particular incidência nas relações Igreja – Estado!
            Sucederam-se, portanto longos anos de profunda letargia, de que só resta memória escrita através dos actos de reuniões da mesa da Direcção dos finais do Século XIX e princípios do século XX. Em síntese: a confraria existia, o santuário estava edificado e restava a memória…
            Eis que a 16 de Março de 1996, por iniciativa do Pároco de então P.e Albano Ferreira de Almeida, foi formalmente eleita a Direcção de Confraria de Nossa Senhora da Piedade e Santos Passos para o triénio 1996-1998. Não obstantes as expectativas criadas, a confraria permaneceu, todavia, no marasmo que foi seu apanágio nas últimas décadas. Para agravar a situação o Santuário estava decrépito e envelhecido, com a particularidade de a torre sineira evidenciar fortes indícios de ruína.
           Providencialmente, a 6 de Junho de 2000, sob a égide do novo Pároco Rev. Dr Gabriel da Costa Maia, procede-se à eleição dos corpos gerentes da confraria para o triénio 2000-2002. Operou-se, de imediato, uma transformação radical no seio da confraria, bem patente em todos os parâmetros. Com a admissão de novos confrades alcançou-se o imprescindível rejuvenescimento e fortalecimento da instituição, carecida de “sangue novo” e envelhecida no seu tecido social. Esta tendência tem persistido, sendo disto reflexo a composição dos elementos integrantes dos corpos gerentes para os triénios 2002-2004 e seguintes.
            No processo de reabilitação do Santuário, são habilmente estabelecidos dois protocolos de financiamento no âmbito da Direcção Geral das Autarquias Locais, de montantes avultados. Igualmente se conseguem dois significativos subsídios da Câmara Municipal. A prestimosa generosidade de algumas empresas e beneméritos, alicerçada nos fundos próprios da Confraria fizeram o resto. Da conjugação de todas estas boas vontades almejou-se o tão ansiado objectivo. Desde Junho de 2000 até aos dias de hoje, o Santuário tem estado sob cuidado atenção, estando plenamente reabilitado e funcional, constituindo no presente uma marca indelével de profunda religiosidade e palco preferencial de inúmeras manifestações de fé. É inquestionavelmente o verdadeiro ex libris da velha urbe penafidelense.
De relembrar que, no dia 14 de Julho de 2002, ocorreu a solene festividade da dedicação do Santuário, presidida pelo bispo do porto D. Armindo Lopes Coelho.
            A confraria, além de titular do Santuário, é também comproprietária da Casa do Despacho (em parceria com a Confraria do Sacramento) sita na rua do mesmo nome. Obviamente que também este imóvel mereceu a atenção da Confraria. Após a realização das obras adequadas e uma profunda limpeza, procedeu-se à colocação de um espaço vitrinado, em que estão acondicionados inúmeras alfaias litúrgicas e artefactos de culto, espólio valiosíssimo que estava na iminência de se perder para sempre.
            Em suma: muito mais haveria para referir, mas as omissões seriam sempre inevitáveis. Transparece, todavia, no actual contexto, uma vitalidade contagiante, bem evidente no quotidiano da Confraria e do seu mediático templo, a justificar merecido orgulho e pressagiando um futuro auspicioso.
            Seria imperdoável, no entanto, em jeito de apontamento final, se não se enaltecesse o papel preponderante do grande impulsionador deste movimento. Hábil agregador de boas vontades, líder entusiasta e presente em todas as circunstâncias, o seu dinamismo fez dele o verdadeiro timoneiro desta nau, que navega alegremente, trilhando caminhos por ele apontados. Trata-se obviamente do Monsenhor Dr. Gabriel da Costa Maia, outorgado por João Paulo II com a dignidade de “Capelão de Sua Santidade”. A Confraria o Santuário do Sameiro e a cidade de Penafiel estão-lhe eternamente gratos.

  Juiz da Confraria
Licínio Ferraz